Thursday, April 24, 2008

Aqui e agora (ainda que não guarde o teu olhar)

O teu olhar ficará sempre no meu olhar quando morrer e, morto, contemplar as planícies que serão o teu olhar a anoitecer lento. O teu olhar ficará nas minhas mãos esquecidas e ninguém se lembrará de o procurar aí. Penso: nunca ninguém se lembra de procurar as coisas onde elas estão, porque ninguém sabe o que pensa o fumo, ou as nuvens, ou um olhar. E tu. Continuarás perdendo o silêncio por mãos esquecidas, irá a enterrar o teu silêncio dentro do meu peito. Mulher tantas vezes repetida na respiração de um lugar passado ou morto. Tempo e vida. Mulher, não sei o que fomos. Sei que, hoje, te possuo. Hoje conheço-te. É meu o teu olhar e o teu silêncio. E de nada me serve já, porque avanço para onde os homens deixam de ser homens. Faço o caminho solitário por entre as ruínas da vida. O caminho onde tudo é muito pouco, e cada uma dessas coisas pequenas é demasiada. Ao meu lado, os destroços de tardes entre as ovelhas e pensamentos que não recordo. Ao meu lado, fragmentos de ti, do meu filho, do meu pai, da minha mãe, da minha irmã. Tu, a estenderes a roupa, na boca do demónio e das pessoas, desmancho, fez um desmancho, rapariguinha, deitada debaixo de um gigante, a dares comida ao nosso filho, rapariguinha rapariguinha, a tua pele, aquele fim de tarde em que fizemos amor.

José Luís Peixoto

"How do you know it? Because i feel it"

You lose it just to find it
And as you walk right by it
You forget how you got there
And why you never meant to stay

And I won't watch you waste away
And I won't fake another day
And if one truth leads you to five
I still don't believe in your reasons why
I just don't believe in why

You love herYou need her
To feel is to believe her
You know it
You want it
You just can't believe you've got it

And I can't watch you waste away
And I won't beg you still to stay
And if one truth leads you to five
I still don't believe in your reasons why
I just don't believe in why

I couldn't watch you walk away
And not forget it
I couldn't watch you turn to stone
And just regret it a single day
Not a single day


If I lose you
Could you find me?
Or would you walk right by me?
The soul and the spirit
Each have got their own limit

And I can't waste another second
Living in hell like it's some kind of heaven
And if one truth leads to another
Isn't there one we can uncover?
There isn't one I will not discover


It's the right time
It's my time
It's the right time
It's my time
It's my turn to discover

And I won't waste a single second
Living in hell as a nadir of heaven
And if one truth leads you to five
I still don't believe in your reasons why

And if one truth leads to another
Isn't there one we can uncover?
If there isn't one that we cannot discover


So it's our time
It's our time to discover
Feel to Believe - Beth Orton

Wednesday, April 23, 2008

What does my birth date mean?

You understand people well and are a natural born therapist. (ok, esta eu aceito)

A peacemaker, people always seem to get along when you are around. (também passa)

You tend to be a father or mother figure to friends, even to those older than you. (algumas, não demasiadas, vezes)

You enjoy your role, and you find that you are close to many people. (próxima sinto-me com muito poucos)

Your strength: Your devotion (não... ainda, assumo, demasiado egoísta)

Your weakness: Reliance on others for happiness (não podia estar mais longe da verdade. novamente, demasiado egoísta e egocêntrica. quando estou feliz, estou feliz. eu.)

Your power color: Lilac (não exactamente)

Your power symbol: Heart (também não sou muito dada a coraçõezinhos)

Your power month: June (poderá ser, se for antes de 21 - amo a Primavera, sobretudo Maio - e odeio o Verão)

Vejam o que dizem por lá: www.blogthings.com

Tuesday, April 22, 2008

the better me

I am likely to miss the main event
If I stop to cry or complain again
So I will keep a deliberate pace
Let the damned breeze dry my face

Oh, mister, wait until you see
What I'm gonna be
I've got a plan, a demand and it just began
And if you're right, you'll agree

Here's coming a better version of me

Thanx. But don't forget: i'm still learning...

Friday, April 18, 2008

Could it be?

So I enjoyed and I devoured
flesh and wine and luxury.
But in my heart,I am lukewarm;
nothing ever really touches me.

Bloc Party

Thursday, April 17, 2008

"Aquela"

Sempre odiei a mania dos rótulos.
Não gosto de ser catalogada, já te disse.

Não quero nem preciso de dar nomes a tudo o que me acontece.
Não quero nem posso dar nomes a todos os que me tocam.
Não quero articular palavras que ainda não consigo compreender.

Ainda…

Sim, admito que serei diferente
(nunca excluí a hipótese)
Mas não quero
(A vontade - essa besta - não foi chamada aqui e agora)

Ouço os sussurros de quem dizia, antes:
“Sometimes you can’t make it on your own”
(lembro-me dos teus lábios seguros a tremer)

Se te provei que estavas errado?
Claro (ainda que apenas declaradamente)

Consigo caminhar sozinha (acredita…)
E tenho de trilhar pó e terra assim.
Posso não querer.
Tenho e consigo.
(sempre fui muito criteriosa na escolha das ditas palavras)

Estranho…
Amo as palavras
E não admito rótulos.
Acreditava na coerência
(antes antes)

Quando os pés largam o chão não há ponto de retorno.
Não quer dizer, leia-se, que perdi selectividade.
Pelo contrário, agora sei o que vale.

Se vales a pena?
Não, não és aquele
(odeio rótulos, recuso qualquer DSM que a vida escolha impingir – e baptizo, ouve: como se o mundo fosse um livro só meu)

Catedral ou outro que tal

ouvi dizer que o nosso amor acabou
pois eu não tive a noção do seu fim
pelo que eu já tentei
eu não vou vê-lo em mim
se eu não tive a noção de ver nascer um homem
e ao que eu vejo tudo foi para ti
uma estupida canção que só eu ouvi
e eu fiquei com tanto para dar
e agora não vais achar nada bem
que eu pague a conta em raiva
e pudesse eu pagar de outra forma

ouvi dizer que o mundo acaba amanhã
e eu tinha tantos planos para depois
fui eu quem virou as paginas
na pressa de chegar até nós
sem tirar das palavras seu cruel sentido
sobre a razão estar cega
resta-me apenas uma razão
um dia vais ser tu
e um homem como tu
como eu não fui
um dia vou-te ouvir dizer
e pudesse eu pagar de outra forma
sei que um dia vais dizer
e pudesse eu pagar de outra forma

a cidade está deserta
e alguém escreveu o teu nome em toda a parte
nos carros, nas casas, nas pontes, nas ruas em todo o lado
essa palavra repetida ao expoente da loucura
ora amarga, ora doce
para nos lembrar que o amor é uma doença
quando nele julgamos ver a nossa cura

Tuesday, April 15, 2008

O dia em que a Catarina voou

Lembro-me do sol
(aquele que não chega a aquecer)
e do desvanecer daquele sentido de possibilidade que me ensinaste a tocar.

Lembro-me da minha serenidade
a contrastar com a tua inquietação.

E do meu medo de te perder...

Ainda assim,
abri a janela (tu perdeste a força)
e ensinei-te a voar.

Engraçado... esqueces facilmente.
Mal aprendes a viver, rejeitas a hipótese de partilhar.

Estendi-te a mão mas ali já não precisavas dela.
Deixaste-a cair como um peso morto
(ainda que fosse a mesma que te salvou)

Não dou para receber
Mas amo a honestidade.

Voaste, ou deixaste de ser?

Friday, April 11, 2008

The honest me

'cause I like to be gone most of the time
And you like to be home most of the time
If I stay in one place I lose my mind
I'm a pretty impossible lady to be with

Thursday, April 10, 2008

Sou só eu

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, transmitir-lhe paz...


Fernando Pessoa

Wednesday, April 09, 2008

the simple me

Sumo na vida é o que eu te desejo
Rumo na vida
Um beijo, um beijo


Simplificar?
A palavra não entra no meu dicionário.
Não cabe.
Ainda que me venda com posters que, de tão vazios, se tornam desinteressantes.
Se compras a ideia?
Nem na teoria nem na prática.
Há coisas que esmorecem e ficam assim
Deixadas, quietas.
Como eu
Ou tu
Ou os outros,
Aqueles que nos acompanham sem senão.
Há dias que não escorrem.
Há gomos por aí largados
(olha ela a fingir que acredita).
E depois existes tu
Plain and simple.

Se posso pedir mais?
Never again.

It’s a promise.

Monday, April 07, 2008

É oficial

Primeiro mergulho no mar de 2008 a 5 de Abril.

(sometimes all you need is a perfect afternoon)

Friday, April 04, 2008

Not like you do

After time the bitter taste
Of innocence decent or race
Scattered seeds, buried lives
Mysteries of our disguise revolve
Circumstance will decide ....

(nobody loves me, it's true, not like you do)

Portishead


Porque foi uma descoberta tardia, mas in time.

Thursday, April 03, 2008

Old Jerusalem (marquem na agenda: 28 Junho - Porto)

watching how the light floats
and how you naked hide behind a coat
of curtain sahdows, colored skin, punctuated with the sin
of water flowing through your breast
down to the whiteness of the bath
god´s palette was glorious when he chose to paint us both

your hair drew lines around your neck
and i kissed water through your back
followed drops to your behind,
had the scenery in mind
of earlier the lake today,
me gazing at you move away
your buttocks trembling gently with the elegance of your step

faking that i too need cleanse
i let the water wet the lenses
of the glasses i´ll remove,
or maybe you, in gentle moves
hazily kissing my brown eyes,
we set aside for now the lies
they´re fringed with greenish jealousy
that i see only when we're bare

faking that i too am cold
i help you putting on your clothes
tuck your breasts inside the bra,
a naughty look i know you saw
through the mirror in my eye,
we now are clothed, let in the lies
we´re fringed with greenish jealousy,
redeemed only when we're bare

(e, incrivelmente, estes meninos são portugueses)

Wednesday, April 02, 2008

(miss) or connect

Jesse: Oh, God, why didn't we exchange phone numbers and stuff? Why didn't we do that?

Celine: Because we were young and stupid.

Jesse: Do you think we still are?

Celine: I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect with. Later in life, you realize it only happens a few times.

Jesse: And you can screw it up, you know, misconnect.


in Before Sunset