Monday, March 31, 2008

A canção de Lisboa

















O que aprendi? Efectivamente que "não sou mais do que ninguém mas posso ser a melhor". Que tenho um mau feitio que encaixa com determinadas pessoas (as manhãs cheias de energia e uma fantastic a bufar mas a sorrir por dentro). Que vale a pena arriscar. E partilhar. Que há ligações que, se não se quebram, ficam mais fortes. Que Lisboa tem os seus encantos. Que se podem reencontrar amizades - aquela sensação de "ainda ontem estivemos juntas" mesmo quando já se passaram meses e meses (aquela varanda no crew-hassan e a conversa que sei ainda está por terminar). Que vale a pena largar tudo e começar de novo. Que é bom partir para regressar. Que gosto de me perder, de largar rumo e identidade. Que adoro sentir-me uma estranha. Que amo experimentar. Que me apaixonei pelo Bairro Alto. Que andar de alcinhas numa noite gelada a cantar Jorge Palma tem a sua piada. Que há cantos escondidos para loucos e sonhadores, com pipocas e pedaços de cheetos. Que não tenho jeito nenhum para "curtas" mas ainda assim rio que nem uma perdida sempre que as revejo. Que amo cultura e falar horas sobre cinema (obrigada por aquela conversa acompanhada de sandes de frango e a sempre presente imperial - como aprendi). E que a minha fantastic é e será sempre a minha companheira nestas andanças (remember: that which doesn't kill us can only make us stronger).


A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nos também temos mão na vida
Mesmo que seja a custa de a vivermos fingida
O estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de lisboa

Friday, March 28, 2008

Ontem no CTE

Yes I do. I promise that I'll be lovely
I promise that I'll be lovely for you, for you and for me
Loving in this love seat, love me in this love seat, are you sure?

And I, I promise that and that, just to be apart of that questions of…

And I'll try to be so responsible for my acts;
you think I'm a liar
And I found you don't know I'm insane,
I won't love you here by my side,

yes I know why, and know why I'm here…

Just this song in my head, just this song and I'm sad because of…

Why? You will be my love, you will be this free, you will be my love…
Why you'll be so different for me

The Gift


(Fica prometido um relato completo da saga "As parolas na capital")

Thursday, March 27, 2008

Para aquele, o tal ou outro qualquer

Pronto, eu assumo:
Não sei tomar decisões

Acho que nunca aprendi a confiar
E, claro, só penso em mim

Não, realmente não quero isto
Aprendi e de facto sei mentir

Diálogo ou monólogo?
Nada disso.

Consegues ouvir-me?
(isso interessa efectivamente?)
A resposta é sempre sim.

Não há outra escolha.
(ou melhor, não tens escolha)

Não me olhes com essa cara.
Esses olhos não podem pousar mais em mim.
Agora, sim, falo sozinha.

Chega aqui o ouvido.
Baixinho, sussurrado: "nunca te quis".

Vês?
Afinal só sei falar verdade.

Incoerente nunca.
Ou melhor, às vezes.
Aquelas em que te deixo ficar.

Longe ou perto pouco me importa.
Nunca soube sentir saudades
(será que já soube sentir?)

Já me disseram: palavras leva-as o vento.
Sim, mas são tudo o que dou.
Isso tem de valer.

Gosto de dizer o que sinto.
E de contar histórias.
Se são reais?
Mas isso algum dia te interessou?

(Já) não tenho de que me proteger.
Porquê?
(raio da mania dos porquês)

Olha, porque não!

Confuso?
Claro que não.
Jamais.

Eu?
Eu estou bem.

E ouve-se, não sussurrado mas bem de mansinho e de longe:
"Sim, mas não existem picos"

Acho que já não consegues gritar.

Claro que consigo.
Não há nada que não consiga fazer
e sou o melhor naquilo que faço.

Insegurança?
Treta!

Lembra-te: sou só eu (agora sim, bem juntinho)
E ainda sussurra:

Você tem medo é de querer

On top of the world

Hey you've been used
Write a song, I'll sing along
Are you calm? Settle down
Soon you will know that you are sane
You're on top of the world again

And you're cool and you know
You're a star, you're going far
Think of me as a friend
Not just the boy who played guitar
You're on top of the world again.

Wednesday, March 26, 2008

Uma tal de Ellen Page (i think i'm in love)

You're a part time lover and a full time friend
The monkey on you're back is the latest trend
I don't see what anyone can see in anyone else but you

I kiss you on the brain in the shadow of a train
I kiss you all starry eyed,
my body's swinging from side to side
I don't see what anyone can see in anyone else but you

Here is the church
and here is the steeple
We sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see in anyone else but you

O final do Juno. Embora possa parecer, não é cheesy. Trust me.
Vale a pena ouvir (e ver) a Ellen Page nesta música e de guitarra ao colo.

Não sei se já disse isto, mas a Ellen Page é A actriz revelação (vejam Hard Candy).
E lá porque as críticas ao "Fragmentos de Tracey" são más, não quer dizer que não valha a pena matar a curiosidade. Vale nem que seja por ela (é um dos próximos na minha lista "a ver")

Tuesday, March 25, 2008

Descobertas 2

Talvez - só talvez - afinal sejas tu.
Eu sou, com toda a certeza.

Wednesday, March 19, 2008

Descobertas

É incrível o que o álcool nos faz descortinar.
O que nos revela e o que define.

Como descobrir que não és tu
(e talvez - só talvez - seja eu)

Tuesday, March 18, 2008

Notebook reminder

I don't see what anyone can see in anyone else but you.

À Lena (at last)

Finalmente, a resposta à Lena (www.loopings.blogspot.com) e aos filmes que mudaram estranhamente a minha vida.

Before Sunset

Não consigo falar deste filme sem ocupar páginas e páginas mas vou tentar ser breve. É obviamente o primeiro da lista. Quem me conhece sabe porquê. Ainda assim, passo a explicar: o Before Sunrise foi o início, mas este é sem dúvida mais eu. Porque os diálogos são reais, porque há partes do Ethan Hawke e da Julie Delpy no Jesse e na Celine, porque eu sou Jesse e Celine alternadamente (mais Celine sempre e sobretudo de momento), porque há frases que definem a minha postura e filosofia de vida. Vivemos de ligações e de momentos. Só. E este filme deu o primeiro passo nessa aprendizagem. O que vale a pena fica. Quem se liga, fica ligado, independentemente da passagem do tempo, de outros braços, de outras camas, de alianças no dedo ou descendência. O filme grita simultaneamente “o amor não acrescenta nada” e “o amor define-nos”. A única incoerência que assumo em mim. A única que faz todo o sentido. “What does it mean the love of your life? If you think about it, the concept is absurd. The idea that you can only be complete with another person is evil”. Ainda assim, isto só vale a pena porque nos ligamos e porque perdemos e ganhamos, porque a vida pode ser sempre pior ou melhor. E isso é seguro. “I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect. Later in life, you realize it only happens a few times.” Posso dizer que sou feliz porque já me aconteceu algumas vezes. Aconteceu ou acontece? As ligações não se perdem, ficam. E eu guardo-as todas, naquele baú do meu sótão que abro e revisito sempre que me apetece. Não pode ser todos os dias. Perde a piada.

La vita e bella

É mesmo preciso explicar? Saí com um nó na garganta do filme. Porque nos faz acreditar. Porque mexe com o bocadinho de magia que todos acreditamos haver por aí. Porque acho adorável a força de um pai que cria um mundo inventado por protecção. Porque admirei a força de um amor que assegura a sobrevivência. Acho que, sobretudo, porque um dia gostaria de poder ser assim só um bocadinho altruísta. Dar. Amar ao ponto de dar. Amar ao ponto de lutar. Amar ao ponto de me esquecer que existo, que sou eu. Passar a existir um “nós”. Ter força para superar tudo, ainda que me tirem o que me define. Deixar que outros me definam. Permitir-me mudar a vida alguém, alterar escolhas, trilhar caminhos. Mudar. Ser eu nos olhos de outros. E não me importar se sou eu ou eles. Porque eu sou eles. Acho que já disse isto antes, mas só acredito no amor egocêntrico, aquele que nos serve, nos mostra, nos faz sentir melhores ou uma merda. Aquele que nos muda. Neste filme, vi (mas não aprendi) que o amor pode ser mais, pode ir para além de, pode justificar tudo, e mover efectivamente montanhas. Sim, eu sei, situações extremas exacerbam tudo, até o que dizemos sentir. Mas fiquei com o desejo, não de viver uma situação extrema, mas de me agarrar à vida e aos que dela fazem parte (ainda que não me definam). Por isso, marcou. E ficou. O amor à vida, já aprendi, não é altruísta. Mas não é por si só egocêntrico. Só vale se coexistirmos, se tivermos a quem a contar.

Adaptation

É o filme mais genial que já vi. Gostava de o ter criado, de o ter concebido, de o ter pensado, de o ter escrito. Porque só uma mente brilhante (duas aliás) insere no filme o próprio acto criativo do filme. Porque é criação pura (e não reinvenção). Porque fala de fucked up people (and i love fucked up people). Porque as une. Porque as vive. Porque as respira. Porque as aceita sem senão. Porque as ama. Foi quando aprendi: you are what you love not what loves you. Vales pelo que sentes. Tudo tem o significado que escolhemos atribuir. Porque a vida são palavras e histórias. Criamos e destruímos, somos e deixamos de ser, inventamo-nos e repintamo-nos. Só porque sim. Porque a nossa vida é nossa. Pode parecer uma redundância, pleonasmo, whatever, mas não é tão simples quanto parece. É um caminho, e não é imediato. O sentir (e o saber) que a nossa vida é propriedade nossa, criação nossa, invenção nossa, reinvenção nossa não é imediato. Leva tempo. Leva quedas e hesitações. Mas quando surge, torna-se instintivo. Já não dá para viver de outra forma. Logo, mudou estranhamente a minha vida. Tornou-a minha.

Amelie

Obviamente mudou a minha vida. Porque transpira felicidade. Porque fez-me acreditar na possibilidade de mudar. Porque quem tem muito para dar acaba por trilhar caminho e mostrar o que vale. Porque é feito de momentos, aqueles que nos enchem. Como o exercício de pensarmos sobre o que nos faz feliz: atirar pedras no charco ou partir leite-creme queimado com a colher. Descobri que amo castanhas assadas bem salgadas, caminhar ao final da tarde com a minha música por companhia, ter o mar bem perto e poder ouvi-lo sempre que os meus pés o ditem, o meu t1, chá de frutos silvestres, filmes meus (e descobrir com quem os partilhar), finos no Rochedo, a casa da frente, conduzir de madrugada sem destino, descobrir a direcção certa sozinha (sem aqueles embaraços de perguntar à primeira pessoa que surge na estrada), tirar fotografias, guardá-las até amarelecerem e, quando as revisito, ainda as reconhecer como minhas, o teu cheiro quando te beijo o pescoço, perseguir-me e perder-me, fazer uma coisa que me assusta todos os dias, noites como a do bairro, o teu sorriso (aquele que me esqueci de apagar). E descobri que há sempre um sentido de possibilidade. Em tudo. Naquele quarto, com os beijos que a menina de vidro trocou, senti-me eu. E vi-te, como ainda te vejo, ali. Naquele momento do filme em que sabemos que, sem ele, as emoções de hoje não seriam mais que a recordação das emoções de outros tempos. Mudou-me, da mesma forma que tu me mudaste. E isso chega.


Faltam muitos outros (sim, porque esta escolha depende dos dias)

In love (horrible, isn't it?)

“Have you ever been in love? Horrible isn't it? It makes you so vulnerable. It opens your chest and it opens up your heart and it means that someone can get inside you and mess you up. You build up all these defenses, you build up a whole suit of armor, so that nothing can hurt you, then one stupid person, no different from any other stupid person, wanders into your stupid life...You give them a piece of you. They didn't ask for it. They did something dumb one day, like kiss you or smile at you, and then your life isn't your own anymore. Love takes hostages. It gets inside you. It eats you out and leaves you crying in the darkness, so simple a phrase like 'maybe we should be just friends' turns into a glass splinter working its way into your heart. It hurts. Not just in the imagination. Not just in the mind. It's a soul-hurt, a real gets-inside-you-and-rips-you-apart pain. I hate love.”

Neil Gayman

Friday, March 14, 2008

Tanto procurei que alguém me encontrou

filha de duas mães
adoro vesti-las de igual
tenho andado à tua procura
para te amar
sobre a mesa posta

sem nenhuma vaidade
ensinar-te-ei meu amor
a praticar a caridade
nunca direi saudade

ligo pouco ao que se diz
mas não levo muito a mal
a ideia de ser feliz

A NAIFA

Aprendizagem da semana

I’m a pretty impossible lady to be with

Aprendi.
Foi um dos 4
e também aquele que passa demasiado tempo na secretária ao lado

Juno

Juno MacGuff: I think I'm, like, in love with you.
Paulie Bleeker: You mean as friends?
Juno MacGuff: No, I mean, like, for real. 'Cause you're, like, the coolest person I've ever met, and you don't even have to try, you know...
Paulie Bleeker: I try really hard, actually.

Altamente recomendável. Este é 5 estrelas, top of the tops. Vale mesmo mesmo mesmo a pena. E a banda sonora é genial!! (fica prometida uma crítica à séria as soon as i find the time)

Monday, March 10, 2008

Show me, show me, show me

E pronto, já está.
Já foi.

3 horas de concerto,
3 encores,
E vontade nenhuma de sair.

Menos emocional,
Menos poderoso,
Menos meu que há 5 anos atrás.

Talvez na altura fosse mais envolvida.
Talvez tenha perdido essa capacidade.
Não de me dar, mas de não conseguir largar.
De cada palavra cortar.
Já não corta.
Já (ou ainda?) não dói.

Por isso gostei.

Weird?
Don’t ask.
I never said I was normal.

Friday, March 07, 2008

Conheci uma Carolina

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar

Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...

Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar

Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.

(Chico Buarque)


I'm just sorry that she lets life pass her by.

Thursday, March 06, 2008

Jorginho, volta, estás perdoado.

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

Tuesday, March 04, 2008

The mature me

"Agora sei que nada é fixo: há sempre um por fazer.
Há sempre outro partir depois de cada chegar.
Agora sei que para saber é preciso rasgar as mãos... e procurar."

Acho que só hoje percebi esta frase.
Às vezes, tudo o que precisamos é de perspectiva.

Monday, March 03, 2008

A friend blogged...

'A corda ainda prende o pé, mas eu já fugi daqui tantas vezes que não sei se vou voltar. Não tirei fotos porque quero lembrar que ainda é cedo ou muito tarde para me vires buscar.'

Amazing, isn't it?

What the hell is kissing like a drug?

So baby kiss me like a drug,
like a respirator
And let me fall into the dream of the astronaut
Where I get lost in space that goes on forever
And you make all the rest just an afterthought
And I believe it's you who could make it better
Though it's not
No it's not...

Aimee Mann

Como alguém me disse um dia: "deve ser beijar depois de fumar alguma coisa"
Eu diria, porque hoje ainda é ontem e anteontem, "deve ser beijar como se não houvesse amanhã"