Wednesday, February 27, 2008

LeMbRa-Te (Me)

"Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos"

E sempre, sempre "ama como a estrada começa"

Mário Cesariny

10 days to go

"The Cure ao vivo em Portugal."

Não, não são palavras vãs.
Lá estarei, a relembrar tempos de Espanha e uns 19 anos que nunca pareceram tão longínquos.

Pedir boleia.
Mergulhos ao som de Placebo.
Pão de 5 dias ininterruptos com atum (sem abre-latas).
Tenda minúscula (quem é que precisa de espaço?).
Saudades de te ouvir ou só de te sentir perto.
Mea culpa (?)

Só para gritar (sem que me ouças) que continuo aqui e que ainda sou eu.
Aquela que ajudaste a conhecer.

"Show me, show me, show me"

O muro no último dia, bem de longe, sem precisar da multidão histérica.

E saudades. Muitas.

Um dia destes procuro-te.
Só porque sim.
Não há não nem porquê.

Fazes-me falta (o teu silêncio já não dói porque também eu esgotei as palavras).

Still, fazes-me falta.

"Dançar como amigos se fosse possível"

Se ainda consigo escrever?
Não sei…
Há hesitações que me perseguem desde o famoso ponto final.
Aprendi e desaprendi.
Contigo e sem ti.
Se ainda consigo falar?
Sim, essa é marca registada.
Falo até não poder mais, atropelo as palavras, pergunto e respondo sem precisar de interlocutor (será?).
Se consigo estar sozinha?
Isso nunca foi questão.
Sempre.
Quem não está?
Ainda que o ruído me ensurdeça (ou que as paredes frias me calem).
A resposta: o mar.
Porque te encerra, porque te apaga, porque não quer que sejas meu.
Porque não exige que seja tua.
Se voltei?
Acho que sempre estive aqui.
Não sei esconder-me.
Gosto de te olhar.
De te tocar?
Tem dias.
Isto é como tudo, não há-de ser nada (como diz o tal do dancemos no mundo).
E que tal dançar no mundo?

Tuesday, February 26, 2008

2 dias em Paris

Hoje parei e pensei: as críticas cinematográficas (bem, não exactamente críticas porque não me assumo enquanto pseudo-intelectualóide know it all – although some may disagree…) fazem-me falta.
A mais recente descoberta tem a assinatura de uma das minhas (sentido de posse sempre) chicas do cinema: Julie Delpy.
Ainda que tenha Woody Allen all over it (acho honestamente que já não conseguimos criar – só reinventámos o que alguém já escreveu), os 2 dias em Paris surpreenderam. Porque está lá ela (quase irreconhecível e com uma beleza disfarçada e não declarada como nos Befores) e porque a Julie em tudo o que escreve não larga a Celine. Acredito que não é uma personagem criada (porque o que escrevemos rouba tudo de nós) e sim honesta, transparente e real. A paranóia e a obsessão-compulsão continuam lá (com a agravante – e ao contrário do Jesse – de ter criado um outro a sofrer dos mesmos males), as barreiras mantêm-se e são exacerbadas ainda que superficialmente lhe chamem “relação” (ou qualquer outro nome que decidam, porque honestamente nunca consegui arranjar apelido e detesto o peso que este implica). O filme é todo eles, talvez devesse chamar-se “Os dois em Paris” (e nunca “Nós em Paris”). O nós deixa de fazer sentido… dilui-se no conjunto de histórias não contadas e desconhecimentos e desconfianças fundadas. Será que realmente chegamos a conhecer alguém? Intimidade é só isso: intimidade. Significa tirar a roupa, cantar sem vergonhas, sentirmo-nos observados enquanto dormimos, não acordar sozinho, discutir sempre pelo mesmo, conhecer pelo cheiro a quem nos damos, ou simplesmente uma convivência sem senão. Só significa isto. As barreiras estão lá. Sempre. Porque já caminhamos antes, porque não vivemos isolados até então, porque escolhemos em nosso pleno direito não largar as pequenas conquistas (falemos de amigos, música, sexo, ou cigarros partilhados às 4 da manhã), e porque gostamos de revisitar de quando em vez. Tudo se resume a liberdade, right? Uma “relação” (lá estou eu outra vez, help me to find another word!!!) não nos encerra. E a Marion personifica esse não renunciar, ainda que isso implique a perda. Fará sentido? Those who know me well, know i’m always saying: of course! You don’t break until you lose. Por estas e por outras, e por ser a Sara que alguns (poucos) conhecem bem, não gostei do final. Pouco realista. Demasiado unlike real life. Porque conhecer alguém custa. Não por implicar dar. Custa mais receber do que dar. A minha vida sei-a de cor. É dado garantido. E é dado meu. Estender a mão e dizer “ok, this is it, take me to your neverland (or hell-land as I gently like to call it)”? Bullshit! Daí que o Jack seja bem menos credível que o Jesse. Não lhe somos indiferentes, mas não conseguimos adorá-lo. Porque cede. Porque ama demais. Porque pega na borracha mágica (que nem coberta de ouro eu agarrava) e diz “começamos do zero”. Fuck off! (right? – aí vem o mau feitio) Poderão discordar (e agradeço que o façam). Talvez (só talvez) seja demasiado céptica. Ou talvez seja como a Julie e não consigo descentrar-me do que sou ou imprimir algo que não seja verdadeiramente meu no que escrevo, digo ou faço. Honestidade ou incompetência (still figuring it out). Talvez seja essa a questão do filme: de quanto estaríamos dispostos a abdicar, ou melhor, quanto queremos que alguém abdique? Anyway, não podemos abdicar do que já foi. E o facto de termos sido ou estado, e isso ter construído um bocadinho do que somos, não implicará não abdicar ponto? Don’t know. Voltei às minhas excursões mentais e “divagações inconstantes” (como alguém repetia vezes sem conta – miss you by the way). All flaws aside, o filme vale a pena. Porque é cru. Porque não há exclusividade nem propriedade. Porque há escolhas (drawing lines or crossing them – como diz a Meredith). E porque a vida real tem de facto piada (ou não fosse o filme um paralelismo a um Annie Hall ou Manhattan e uma homenagem – ainda que encoberta – ao cepticismo do Woody). E, ainda, porque foi o ponto final (ou o início – nunca consigo perceber bem a diferença). Agora dar uma de pseudo-intelectualóide ficar-me-ia a matar: não imprescindível (5 estrelas) mas um “vale a pena” bem gordinho. Aceitam-se sugestões e mais divagações.

Beijos e abraços

Monday, February 25, 2008

I am on your side (trust me)

I’m outside your house
2 am it’s dark
So many mistakes
Come back home from bars

I am on your side
I just want to tell you off
So many lies
Are taking hold

It’s not your fault
There’s many scars
I am on your side
It’s taken me a long time

I am on your side
I’m on your side
And I listen
you listen?
Now I’m listening

Pete Yorn

Friday, February 22, 2008

Always aware that, even though time goes, it stays - in the moment it stays
















Fool enough to almost be it
Cool enough to not quite see it
Doomed
Pick your pockets full of sorrow
And run away with me tomorrow
June


We’ll try and ease the pain
But somehow we’ll feel the same
Well, no one knows
Where our secrets go


I send a heart to all my dearies
When your life is so, so dreary
Dream
I’m rumored to the straight and narrow
While the harlots of my perils
Scream


And I fail
But when I can, I will
Try to understand
That when I can, I will


Mother weep the years I’m missing
All our time can’t be given
Back

Shut my mouth and strike the demons
That cursed you and your reasons
Out of hand and out of season
Out of love and out of feeling
So bad

When I can, I will
Words defy the plan
When I can, I will


Fool enough to almost be it
And cool enough to not quite see it
And old enough to always feel this
Always old, I’ll always feel this
No more promise no more sorrow
No longer will I follow
Can anybody hear me
I just want to be me
When I can, I will
Try to understand
That when I can, I will


It's good to keep moving, don't you think?

Tuesday, February 19, 2008

Notebook reminder

Amamos sempre no que temos
O que não temos quando amamos.

Fernando Pessoa

Monday, February 18, 2008

Li... e gostei

Ontem vendi
mil rosas brancas
pintadas a filtro preto
vendi o peito a arfar
de dor
e vendi a alma pálida
a sufocar por um pouco
de cor.
Daquela que trazes
na algibeira
no sorriso
e nos olhos
sempre que me alcanças
os dedos,
das mãos e dos pés
e tantos outros que descobri.
Ontem vendi o baton com que pintei
os lábios
para imitar amanheceres
ao teu lado.
Ontem vendi-me
para me encontrar em ti
vendi-me
para que o meu fígado pulsasse
Ontem vendi-me
para comprar sorrisos
de amor
nos meus olhos de chão
e Ontem vendi-te
porque bastava que viesses
para eu voltar a ser.

(aqui: http://apaga-a-luz-caramba.blogspot.com)

Friday, February 15, 2008

A friend blogged...

"Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto."

Bernardo Soares


And i agree (with both of them)

Wednesday, February 13, 2008

The happy me talking

Gosto dos primeiros dias de sol de Inverno.
Aqueles em que apetece vestir as t-shirts amarrotadas há meses e deixar a pele respirar.
Gosto de me levantar de manhã bem-disposta (como, aliás, já é meu costume)
E adoro ter de trabalhar (i mean it).
Não sou de grandes demonstrações de afecto (principalmente públicas, como é o caso) mas adoro o que faço (nem sempre onde o faço but anyway… for now it’s enough).

So I tell you it’s a good work week. It happens.
And I dare to say the happy me is back.

Tuesday, February 12, 2008

Boundaries sweet boundaries

At some point, you have to make a decision. Boundaries don't keep other people out. They fence you in. Life is messy. That's how we're made. So, you can waste your lives drawing lines. Or you can live your life crossing them. But there are some lines... that are way too dangerous to cross.

Grey's Anatomy (again addicted... she's back)

Friday, February 08, 2008

As if...

Tu não sonhas ao que venho
Não sabes do que sou capaz
Eu dou tudo quanto tenho
Não funciono a meio gás


Seriously? Seriously?!

Thursday, February 07, 2008

Really?

Desenlacemos as maos, porque nao vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixoes que levantam a voz,
Nem invejas que dao movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.