Demitidos (obviamente)
Estás demitido, obviamente demitido
tu nunca roubaste um beijo
e fazes pouco das emoções
és o espantalho dos amantes.
Estás demitido, obviamente demitido
evitas a competência
não reconheces o mérito
és um pilar da cepa torta
E assim vamos vivendona província dos obséquios
cedendo e pactuando enquanto der
filósofos sem arte, afugentamos o desejo
temos preguiça de viver
Estás demitido, obviamente demitido
subornas os próprios filhos
trocaste o tempo por máquinas
tu és um pai desnaturado.
Estás demitido, obviamente demitido
arrasas a obra alheia
às vezes usas pseudónimo
tu és um crítico de merda
Estás demitido, obviamente demitido
encostas-te às convergências
nunca investiste num ideal
tu sempre foste um demitido
tu foste sempre um demitido
já nasceste demitido!
Sempre que ouço ou canto baixinho esta música só consigo ler nela a filosofia tuga... tanta preguiça de viver. Estaremos (todos) demitidos? Vá, ok, alguns que me acompanhem e admitam que, pelo menos, já roubaram um beijo - estamos safos...
Assumindo o cinismo que me é característico mas ainda assim reconhecendo que não sou, de forma alguma, perfeita, acho que, efectivamente, poderei ser uma crítica de merda. Procurar um ideal? Claro que sim! Investir nele? Difícil... É mais imediato refugiarmo-nos no discurso que todos sabemos de cor: esta província está a perder força, os políticos são uma merda, e não, não saberia fazer melhor mas isso não me retira o direito de criticar. Será?
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