Tuesday, March 01, 2005

intervalos

tempos mortos... detesto que os apelidem de "mortos". são momentos tão meus que não suporto associá-los a pedaços sem vida própria. adoro poder sentar-me a um canto e pensar. adoro chegar a casa e ligar a tv. adoro deitar-me no sofá com o discman por companhia. adoro ter por confidente um livro ou páginas em branco. não tenho medo de estar sozinha. aprendi a conviver comigo há uns tempos. decobri que não podemos esconder-nos ou evitar o espelho sempre que passamos por ele. porque a verdade é que estamos lá, quer olhemos quer não. acho que o primeiro passo nesta convivência pacífica foi o meu diário. não aqueles diários de adolescente popular. mas o diário de alguém que não consegue reconhecer-se em actos e estados e procura conforto em palavras. acabei por encontrar serenidade. continuo a não me olhar mas não por medo do que possa descobrir. simplesmente porque me reconheço pelo cheiro, pela voz. e porque sei que há quem me reconheça nas subtilezas. não na cor dos olhos mas na música que ouço às 4 da manhã. nas coisas que são minhas.

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