The way you look tonight

Já repararam que vivemos de imagens?
Pequenos pedaços de vida que fotografamos para mais tarde recordar.
Mais tarde?!
Não...
Para recordar.
Lembro-me da camisa clara que vestias.
Dos óculos de sol que só usas fora de contexto.
Do teu sorriso envergonhado e malandro (é incrível como consegues esta simultaneidade).
De como te mostraste como se não houvesse amanhã.
Da cumplicidade que conseguiste fingir (e sentir, acredito).
Do cuidado nas palavras.
De como abriste a tua vida como se quisesses que só os meus dedos a folheassem.

Se vale a pena?
Sem dúvida.
És tu.

Ainda que haja consequências.
Ainda que me escapes entre os dedos (como sempre fiz questão...).
Ainda que não passe do que fomos.

És o meu mundo de possibilidades.
Gostava que o ouvisses, sussurrado ao ouvido ("és o meu mundo de possibilidades...").
Gostava de poder dizer-te "everything is going to be allright".
Gostava de descobrir (não por ti...) o rumo de que tanto falas.
Porque sei o que é sentires-te perdido.
Porque sei que sofres em silêncio...
e gritas baixinho "está tudo bem" face à minha inércia.
Gostava que admitisses que tudo se desmorona à tua volta e que mesmo assim sobrevives.
Because we always do...

Não suporto o teu silêncio.
E a proximidade que crias e rejeitas como se fosse teu o poder.

Se me desses outra noite como aquela dir-te-ia:
não esqueço, eu nunca esqueço.
E sim, és meu. Porque nisto, forgive me, o poder é meu.

I choose who owns me.