Still...
Gosto de me agarrar àquele olhar... o momento em que te vi pela primeira vez. O apertar da mão, o teu toque, o sorriso que, agora sei, não era exclusivo. Gosto de me lembrar daquela noite, da forma como te sentavas no sofá, da posição que querias mostrar confortável, das tuas mãos... Ainda agora desejo o toque. Ainda as procuro no meu pescoço, onde nunca as encontrei. Repito palavras que trocámos para me convencer que foi real. Que venci, ainda que uma única vez. Acredita que me esforcei por fugir. Acredita. Mas, tu sabes, we can't find peace by escaping life (como dizia a minha querida Virginia). E eu quero viver. Em pleno. Contigo ou sem ti. Não tenho medo de estar só. Só temo a solidão. E contigo tenho-me sentido sozinha... Não o digo como ataque, e muito menos como ameaça. Acho que o digo para mim mesma, para que saiba o que estou a perder e, mais, para reconhecer que, por vezes, desistir é vencer. Mas não (te) esqueço... tu nunca o permitirias. Não por vontade, eu sei. Chamemos-lhe uma inevitabilidade. Por agora. Não esqueço a tua voz. Nem a oportunidade que deixei (deixaste?) escapar-me das mãos. Ainda guardo os postais que roubei, dando-te a conhecer manias (prova do meu afecto, que nunca quiseste descobrir). Fui tudo ali, ainda que me negue a reconhecê-lo. Fui eu. Poucas pessoas conseguem o que tens como garantido sem que te apercebas. Não sei onde te pôr. Não sei que rótulo colar. És ainda. Por isso, desculpa-me... não te quis deixar fugir. Queria agarrar com unhas e dentes, braços e pernas, o que fomos naquela noite. Ainda ouço o fado... a guitarra ao longe (tudo o que distinguia era a tua voz, sim, essa que grita baixinho por não reconhecer desespero). Sinto-te só. E não consigo perdoar a tua fuga... não quando fiz tudo para te abraçar.
To look life in the face
Always to look life in the face
To know it for what it is
At last to know it
To love it for what it is
And then to put it away
Always the years between us
Always the years
Always the love
Always the hours
And i still have to face the hours...
L*U*
5 Comments:
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
o seu a seu dono: David Mourao Ferreira
tu consegues ler-me... és incrível. mesmo. sim, num segundo vivi muitos anos. (e sabes o que é pior? it's worth it :) **
incrivel cm me assustadoramente me revejo no que escreves.
para mim é, não assustador, mas reconfortante. knowing someone out there feels things the way i feel them**
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home